InícioCiênciaCOP30 dia 5: 19 pontos sobre o que aconteceu na sexta

COP30 dia 5: 19 pontos sobre o que aconteceu na sexta

Protesto indígena na COP30

Indígenas do povo Munduruku, articulados pelo Movimento Ipereg Ayu, realizaram um protesto na manhã desta sexta-feira contra o Decreto nº 12.600/2025.

Os manifestantes fecharam, em dois momentos diferentes, o acesso principal à Zona Azul da COP30. A ação causou atrasos na entrada do público que participa da conferência climática.

O número aproximado de participantes foi de 19 pessoas, segundo informações disponíveis.

Objetivos do protesto

O objetivo dos indígenas era conseguir uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir a revogação do decreto.

O Decreto nº 12.600/2025 institui o Plano Nacional de Hidrovias, que coloca os rios Tapajós, Madeira e Tocantins como eixos prioritários para a navegação de cargas.

Os Munduruku temem que a exploração dessas vias fortaleça a atuação do setor privado na região, gerando impacto ambiental significativo.

Críticas dos indígenas

Além disso, os indígenas alegam que a medida foi publicada sem passar por consulta pública adequada.

Eles também criticam a construção da Ferrogrão, uma ferrovia que ligará o Mato Grosso ao Pará para escoamento de produção agrícola.

Essas preocupações ambientais e de direitos territoriais motivaram a ação direta durante a conferência climática.

Impasses nas negociações climáticas

Enquanto os protestos ocorriam do lado de fora, as negociações oficiais da COP30 enfrentavam dificuldades internas significativas.

Quatro itens se tornaram pontos de discórdia nas discussões do clima:

  • Financiamento de países ricos a países em desenvolvimento
  • Metas climáticas
  • Relatórios de transparência
  • Medidas unilaterais de comércio

Esses temas são considerados cruciais para o sucesso da conferência.

Andamento das negociações

Antes da COP começar, esses itens foram retirados da agenda oficial para permitir que as negociações ocorressem com mais facilidade.

No entanto, os assuntos permanecem sendo discutidos em paralelo, nas chamadas “consultas da presidência”.

O resultado dessas consultas deveria ser divulgado na última quarta-feira (12), mas foi adiado para amanhã, sábado (15), indicando a complexidade das discussões.

Risco de fracasso

Andrew Wilson, secretário-geral adjunto de políticas da Câmara de Comércio Internacional, expressou preocupação com o andamento das negociações.

Ele disse que a COP30 pode acabar em “fracasso” se os impasses não forem resolvidos adequadamente.

Essa declaração reforça a pressão sobre os negociadores para encontrar consensos nos temas mais controversos.

Presença de lobistas e ausências

Outro aspecto que chama atenção na COP30 é a significativa presença de representantes da indústria de combustíveis fósseis.

Segundo levantamento da organização Kick Big Polluters Out, lobistas para esse setor estão presentes no evento.

O volume de pessoas ligadas a essa indústria supera as delegações de quase todos os países presentes, com exceção do Brasil, demonstrando sua influência nas discussões climáticas.

Crescimento da participação

Esse número representa um aumento de 12% em relação à COP29, mostrando uma tendência de crescimento na participação desses grupos.

A presença massiva ocorre em um contexto onde as negociações buscam justamente reduzir a dependência de combustíveis fósseis, criando um cenário paradoxal dentro da conferência.

Cobertura jornalística limitada

Por outro lado, a cobertura jornalística internacional apresenta lacunas significativas.

Nenhuma das quatro maiores emissoras de TV americanas (CBS, NBC, ABC e Fox) enviou equipes para cobrir a COP30 presencialmente.

Apenas a ABC teve credenciados como imprensa (duas pessoas), mas não se sabe se eles de fato vieram ao evento.

Ausência marcante dos Estados Unidos

A delegação dos Estados Unidos não foi enviada à COP30 este ano, representando provavelmente a maior ausência do evento entre as delegações nacionais.

A não participação oficial do país, um dos maiores emissores históricos de gases de efeito estufa, impacta diretamente as negociações multilaterais.

Essa ausência é particularmente significativa em um momento onde o financiamento climático e as metas de redução de emissões dependem do engajamento das nações desenvolvidas.

Impacto na atenção global

A combinação entre a falta de representação oficial americana e a reduzida cobertura da mídia internacional cria um vácuo de atenção sobre um dos eventos mais importantes da agenda climática global.

Enquanto isso, as discussões continuam em um ambiente de incerteza sobre os resultados finais que poderão ser alcançados até o encerramento da conferência.

Fonte

Portuguese
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