Impacto climático na saúde mental
Pela primeira vez, um levantamento mensurou como as mudanças climáticas afetam o bem-estar psicológico de diversos grupos populacionais no Brasil.
O Panorama da Saúde Mental analisa os principais fatores que impactam a saúde mental dos brasileiros.
Os entrevistados apontaram índices piores do que em 2024, indicando deterioração no cenário nacional.
Esta descoberta representa um avanço significativo na compreensão dos efeitos psicológicos das transformações ambientais.
Metodologia do estudo
A edição de 2025 representa a 4ª Coleta do Panorama da Saúde Mental, conduzida pelo Instituto Cactus em conjunto com AtlasIntel.
Os dados foram coletados através de respostas de 10.025 voluntários com mais de 16 anos e de todas as regiões do Brasil, garantindo amostra representativa.
A equipe desenvolveu a metodologia Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM), que analisa a saúde mental a partir do Questionário Geral de Saúde (GHQ-12).
O ICASM é expresso em escala de 0 a 1000, representando as categorias “confiança”, “vitalidade” e “foco”. Quanto maior o valor, melhor a saúde mental do grupo.
Queda nos índices de 2025
Em 2025, o resultado global do ICASM chegou a 667 pontos, enquanto em 2024 apresentou 682 pontos.
Isso significa que o índice ficou menor este ano em relação ao ano passado, confirmando a percepção dos entrevistados sobre a piora.
A redução de 15 pontos reflete um declínio no bem-estar psicológico da população em geral.
Esse dado serve como alerta para a necessidade de políticas públicas focadas na saúde mental.
Vulnerabilidades entre grupos
Mulheres têm ICASM de 649 pontos, abaixo da média nacional, indicando maior fragilidade nesse segmento.
Jovens entre 16 e 24 anos possuem um ICASM de 566 pontos, o mais baixo entre as faixas etárias analisadas.
Em contraste, idosos com mais de 60 anos apresentam ICASM de 727 pontos, sugerindo maior resiliência.
Meninas jovens são as mais vulneráveis em relação aos outros grupos, com índices que demandam atenção especial.
Essas disparidades destacam a importância de abordagens segmentadas.
Fatores que agravam o cenário
Cerca de 83% dos participantes revelaram ter preocupações com a situação financeira ao menos uma vez durante duas semanas, o que pode exacerbar os efeitos das mudanças climáticas.
72% dos participantes revelaram ter dormido menos de 6 horas em uma noite no período de duas semanas, comprometendo a vitalidade mental.
64% dos participantes disseram ter sentido forte sonolência durante o dia, afetando o foco e a confiança.
Esses elementos se somam aos impactos climáticos, criando um ciclo de estresse.
Portanto, é crucial considerar intervenções integradas para melhorar a qualidade de vida.
Implicações para o futuro
Os resultados do estudo oferecem uma base sólida para discutir políticas de saúde mental no contexto das mudanças climáticas.
A piora nos índices em 2025 serve como um chamado para ações preventivas e de apoio psicológico.
Embora a pesquisa não detalhe soluções específicas, ela evidencia a urgência de abordar esses fatores em conjunto.
Espera-se que futuras edições do Panorama da Saúde Mental continuem monitorando essas tendências.
Em resumo, a conexão entre clima e saúde mental exige atenção contínua da sociedade e dos governos.
