Descoberta arqueológica revela possível sacrifício
Arqueólogos da Universidade de Bournemouth encontraram o esqueleto de uma adolescente celta de 2 mil anos durante escavações no sudoeste da Inglaterra. O achado, divulgado na segunda-feira (27), apresenta sinais de que a jovem pode ter sido sacrificada.
A descoberta ocorreu durante as filmagens da série televisiva britânica ‘Sandi Toksvig’s Hidden Wonders’, acrescentando um elemento dramático às investigações arqueológicas.
Liderança da pesquisa
Miles Russell, arqueólogo líder do projeto, coordena as análises do esqueleto encontrado em condições incomuns. O corpo foi localizado deitado de bruços em um poço, posição que não era prática comum na época.
Além disso, o sepultamento não continha nenhum objeto funerário, diferindo dos costumes habituais de enterro.
Condições incomuns do sepultamento
Os falecidos eram normalmente colocados com cuidado nas sepulturas durante o período celta, segundo evidências arqueológicas. Enterrar alguém de bruços representava uma exceção significativa às práticas funerárias estabelecidas.
A adolescente foi encontrada com os pulsos amarrados na frente do corpo, detalhe que reforça a teoria do sacrifício.
Suspeita sobre os Durotriges
A vítima pode ter sido assassinada pelo Durotriges, grupo celta que habitava a região do condado de Dorset. Esta não é a primeira vez que esqueletos com características similares são encontrados na área.
Outros dois esqueletos já haviam sido descobertos pelo Durotriges Project nas mesmas condições – em 2010 e 2024.
Padrão repetido em outras descobertas
Ambos os esqueletos anteriores pertenciam a jovens mulheres, estabelecendo um padrão preocupante. As três descobertas compartilham características incomuns que sugerem práticas ritualísticas.
O Durotriges Project foca seus esforços em estudar assentamentos pré-romanos no sul da Grã-Bretanha, onde essas descobertas foram realizadas.
Contexto histórico da região
A região era habitada por tribos celtas ao longo da Idade do Ferro, período que antecedeu a dominação romana. Análises de DNA mostram que esses grupos eram provavelmente organizados em linhas maternas, indicando uma estrutura social específica.
Esta organização familiar pode ter influenciado as práticas culturais da comunidade.
Estrutura social das tribos celtas
Eram os homens que se mudavam para as aldeias das esposas para se casar, invertendo o padrão comum em outras sociedades. As mulheres detinham a terra, conferindo-lhes uma posição de poder dentro da estrutura comunitária.
Os homens provinham de diversas localidades da Grã-Bretanha e do noroeste da Europa, criando uma diversidade genética significativa.
Possíveis explicações para os rituais
Esta organização matrilinear pode explicar alguns aspectos dos rituais funerários descobertos. No entanto, as circunstâncias específicas que levaram ao possível sacrifício da adolescente permanecem sob investigação.
Os pesquisadores continuam analisando os detalhes do achado para compreender melhor as práticas culturais da época.
Investigações em andamento
As escavações continuam no sítio arqueológico celta, onde novas descobertas podem surgir. O projeto mantém o foco no estudo dos assentamentos pré-romanos, buscando entender melhor a vida cotidiana dessas comunidades.
Cada novo achado contribui para montar o quebra-cabeça histórico dessa civilização antiga.
Expectativas da comunidade científica
Enquanto isso, a comunidade arqueológica aguarda os resultados das análises mais detalhadas do esqueleto. As investigações podem revelar informações importantes sobre as práticas ritualísticas dos celtas na região.
Este trabalho meticuloso ajuda a preservar a memória histórica dessas populações antigas.
