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Horário de verão não deve voltar; entenda o motivo

Medida sem benefício energético

O horário de verão desloca o consumo de energia para outros horários do dia, sem reduzir o total. O que se economiza em iluminação é compensado pelo aumento do uso de ar-condicionado nas manhãs mais quentes.

Pesquisas similares feitas no Brasil, na Ásia e na Europa convergem nesse ponto: o benefício líquido tende a zero. Diante dessas evidências, especialistas questionam a eficácia da medida.

Do ponto de vista econômico, o ganho é desprezível. Além disso, do ponto de vista social e de saúde, pode até ser prejudicial.

Matriz energética renovável muda cenário

Brasil como potência em energias limpas

O horário de verão ficou obsoleto diante da nova matriz elétrica brasileira. O Brasil é uma potência em energias renováveis: mais de 90% da geração vem de fontes limpas, como hidrelétricas, eólicas e solares.

O ministro Silveira afirmou que o país produz muita energia, em especial, com o advento das energias renováveis. Em 2025, o Brasil é outro país: a geração renovável supera a demanda.

Mudanças no sistema elétrico

O sistema elétrico é interligado e o custo marginal de operação caiu drasticamente. O ONS tradicionalmente via o horário de verão como uma ferramenta de equilíbrio de carga.

No entanto, o ONS já reconhece que mudanças no perfil de consumo e a popularização de energias renováveis reduziram a relevância do programa. Essa transformação diminui a necessidade de medidas como o horário de verão.

Origem em contexto de escassez

Contexto histórico

O horário de verão nasceu no início do século XX, em uma época de escassez energética e pouca automação. Era uma medida útil em um mundo sem celulares, sem energia solar e com consumo previsível.

Naquela época, ajustar os relógios ajudava a distribuir melhor a demanda por eletricidade. Contudo, o contexto atual é completamente diferente.

Apagões atuais são operacionais

Mesmo quando apagões acontecem, eles não têm relação com falta de energia — e sim com falhas técnicas. Um incêndio em um reator na Subestação de Bateias, no Paraná, provocou uma interrupção temporária de cerca de 10 mil megawatts de carga.

O incêndio afetou todas as regiões do país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou que o problema foi pontual e operacional, e não uma questão de escassez energética. Em até uma hora e meia, a energia havia sido restabelecida na maior parte do sistema.

Impactos sociais e operacionais

Dificuldades de adaptação

Há desconforto coletivo e impacto em setores que dependem de sincronização com horários fixos, como transporte (aviação, especialmente) e educação. Esses setores enfrentam dificuldades para se adaptar às mudanças anuais de horário.

Saúde e bem-estar

A alteração no ritmo biológico afeta o sono e o bem-estar da população. Por outro lado, o ONS já reconhece que mudanças no perfil de consumo e a popularização de energias renováveis reduziram a relevância do programa.

Essa evolução torna o horário de verão menos necessário para a estabilidade do sistema. Com isso, os argumentos a favor da medida perdem força diante dos custos sociais envolvidos.

FAQ – Perguntas Frequentes

O horário de verão realmente economiza energia?

Não. O horário de verão desloca o consumo de energia para outros horários do dia, sem reduzir o total. O benefício líquido tende a zero.

Por que o horário de verão perdeu relevância no Brasil?

Devido à nova matriz energética brasileira, com mais de 90% de geração renovável, e mudanças no perfil de consumo que reduziram a necessidade do programa.

Quais são os principais impactos negativos do horário de verão?

Desconforto coletivo, dificuldades de adaptação em setores como transporte e educação, além de impactos na saúde devido à alteração do ritmo biológico.

Fonte

Helvio Dinizhttps://orbitonhub.com
Conheça Helvio Diniz, especialista em tecnologia e educação digital. Artigos sobre ferramentas tech, IA e inovação educacional no Orbiton.
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