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Estudo revela impacto socioeconômico na natimortalidade no Brasil

Desigualdade na natimortalidade brasileira

Um estudo internacional recente revela como condições socioeconômicas influenciam dramaticamente as taxas de natimortalidade no Brasil.

A pesquisa, publicada no periódico científico BMC Pregnancy and Childbirth, analisou dados de 2018 e mostrou diferenças marcantes entre regiões e municípios.

Os resultados evidenciam que a privação econômica e social está diretamente associada a maiores índices de perdas gestacionais.

Essa análise considerou exclusivamente os chamados bebês natimortos, excluindo perdas ocorridas antes da 20ª semana de gravidez.

Metodologia do levantamento

Índice de Privação e dimensões analisadas

Os pesquisadores utilizaram o Índice Brasileiro de Privação (IBP/Cidacs) para classificar os municípios segundo seu desenvolvimento.

O levantamento considerou três dimensões principais:

  • Renda familiar
  • Escolaridade da população
  • Condições de moradia

Essa abordagem permitiu criar um panorama detalhado das desigualdades regionais.

Instituições participantes

A parceria envolveu instituições de prestígio:

  • Fiocruz
  • Universidade de São Paulo (USP)
  • London School of Hygiene and Tropical Medicine
  • Western University do Canadá

Números nacionais preocupantes

Em 2018, o Brasil registrou 28,6 mil casos de natimortalidade, equivalente a 9,6 natimortos por mil nascimentos.

Embora este índice esteja dentro da meta global estabelecida pela Organização Mundial da Saúde, que é de até 12 por mil, os pesquisadores alertam para as disparidades internas.

A média nacional mascara diferenças significativas entre regiões e grupos populacionais.

Esses números representam milhares de famílias afetadas por perdas gestacionais tardias.

Contraste entre municípios

As diferenças entre municípios revelam o peso das condições socioeconômicas.

Nas localidades com melhores indicadores, o índice foi de 7,5 natimortos por mil nascimentos.

Em contraste, nos municípios classificados como mais privados socioeconomicamente, a taxa chegou a 11,8 por mil.

Essa diferença de 4,3 pontos representa uma disparidade de 57% entre os extremos.

Os dados mostram como o desenvolvimento local influencia diretamente os resultados perinatais.

Desigualdades regionais evidentes

Nordeste: maior taxa

O Nordeste registra a taxa mais elevada: 12,1 natimortos por mil nascimentos, valor que supera a meta global estabelecida.

Sul: menor prevalência

Por outro lado, o Sul conta com a menor prevalência, apenas 7,7 natimortos por mil nascimentos.

Assimetrias históricas

Essa diferença regional de 4,4 pontos reflete as assimetrias históricas de desenvolvimento no país.

A transição entre essas realidades mostra a urgência de políticas específicas.

Implicações para políticas públicas

Ações necessárias

Os resultados do estudo trazem importantes reflexões para o planejamento em saúde pública.

A concentração de casos em áreas mais vulneráveis demanda:

  • Ações focalizadas
  • Investimentos em infraestrutura
  • Melhoria do acesso a serviços de saúde qualificados durante o pré-natal

Abordagem multissetorial

Além disso, políticas de redistribuição de renda e melhoria educacional podem contribuir para reduzir essas disparidades.

O caminho para equidade na saúde perinatal exige abordagens multissetoriais.

Fonte

Helvio Dinizhttps://orbitonhub.com
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