Descoberta arqueológica surpreendente
Arqueólogos israelenses fizeram uma descoberta extraordinária no sítio arqueológico de Nahal Ein Gev II. Eles encontraram uma estatueta esculpida há cerca de 12 mil anos que retrata uma cena íntima entre uma mulher e um ganso.
A pequena figura de argila foi criada por um jovem caçador-coletor que vivia às margens do Mar da Galileia. Ela representa um ato sexual entre os dois seres, sendo a mais antiga já registrada a mostrar interação entre humanos e animais.
O ganso retratado é uma das espécies mais comuns da região. Isso torna a representação ainda mais significativa para compreender a cultura da época.
Pesquisa e publicação
As escavações foram conduzidas pela Profa. Leora Grosman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, desde 2010. A descoberta foi publicada na segunda-feira (17) na revista PNAS, marcando um marco importante para a arqueologia mundial.
Detalhes da figura intrigante
Na estatueta, um ganso macho está posicionado atrás da mulher, formando uma cena que impressiona pela clareza das formas. A mulher pode ser identificada pelo formato característico de seus seios e da região pubiana feminina.
A cabeça do pássaro, com seu bico visível, parece repousar sobre o ombro da mulher. As asas do animal envolvem a mulher em uma espécie de abraço, completando a cena de intimidade.
Esta representação detalhada sugere que o artista tinha familiaridade tanto com a anatomia humana quanto com a do animal. A combinação de elementos realistas e simbólicos torna a peça única no registro arqueológico mundial.
Contexto histórico da descoberta
A estatueta da mulher e ganso é uma das várias estatuetas descobertas no sítio natufiano. O local está situado a aproximadamente 2 km do Kibutz Ein Gev, às margens da nascente de Ein Gev.
Os natufianos
Os natufianos foram um elo crucial entre os últimos caçadores-coletores do Paleolítico e os primeiros agricultores do Neolítico. Eles viveram entre 15.000 e 11.700 anos atrás, ocupando um período histórico de transição fundamental.
Este povo desenvolveu características culturais que marcariam a evolução humana. Eles construíram as primeiras aldeias da humanidade, embora ainda mantivessem o modo de vida de caçadores-coletores.
Suas habitações consistiam em estruturas de pedra circulares ou semicirculares. Isso demonstra avanços significativos na organização social da época.
Importância do sítio arqueológico
O sítio arqueológico de Nahal Ein Gev estende-se por pelo menos 1.000 m², revelando-se uma área rica em descobertas significativas. Anteriormente, os arqueólogos já haviam encontrado no local as primeiras evidências de tecnologia de roda e produção de gesso.
Estas descobertas anteriores já indicavam a importância do sítio para compreender o desenvolvimento tecnológico humano. A nova estatueta reforça a relevância do local como fonte de informações sobre as práticas culturais e simbólicas dos natufianos.
Cada descoberta neste sítio ajuda a compor um quadro mais completo sobre como estes povos antigos entendiam e representavam seu mundo. A continuidade das escavações promete revelar ainda mais segredos sobre esta fascinante cultura.
Significado cultural da representação
A estatueta desafia interpretações convencionais sobre a relação entre humanos e animais na pré-história. A representação explícita de um ato sexual entre espécies diferentes sugere complexidade simbólica na cultura natufiana.
Esta não é uma simples representação de caça ou domesticação. É uma cena que mistura elementos humanos e animais de forma íntima e detalhada.
Escolha do animal
O fato de o ganso ser uma espécie comum na região indica que a escolha do animal não foi aleatória. Provavelmente, a ave tinha significado cultural ou simbólico específico para aquela comunidade.
A precisão dos detalhes anatômicos mostra que o artista conhecia bem tanto a forma humana quanto a animal. Isso sugere observação cuidadosa da natureza por parte do criador.
Limites do conhecimento atual
Apesar da riqueza de detalhes da estatueta, muitos aspectos permanecem envoltos em mistério. Os pesquisadores não sabem, por exemplo, qual era o propósito específico desta representação.
A fonte não detalhou se existiam outras peças similares ou se esta era uma representação única. Também não está claro se a cena retratava um mito, uma crença religiosa ou simplesmente uma expressão artística individual.
A ausência de registros escritos da época limita a interpretação dos símbolos representados. Novas descobertas no sítio poderão ajudar a esclarecer alguns destes questionamentos no futuro.
