InícioCarrosEmme Lotus: sedã brasileiro de luxo que virou mistério

Emme Lotus: sedã brasileiro de luxo que virou mistério

Nos anos 1990, a montadora brasileira Megastar apresentou o Emme Lotus, um sedã que prometia revolucionar o mercado automotivo nacional com luxo e performance.

Inspirado no conceito Volvo ECC de 1992, o projeto gerou grande expectativa, mas nunca alcançou a produção em massa.

A história do carro permanece envolta em mistério, com apenas algumas unidades produzidas antes da falência da empresa em 2000.

As ambições de luxo brasileiro

O Emme Lotus foi concebido como um sedã sofisticado para rivalizar com modelos europeus de alto padrão.

Segundo o folheto da fábrica, o interior contaria com:

  • Bancos forrados em couro com ajustes elétricos
  • Ar-condicionado programável
  • CD-Player
  • Painel com detalhes de madeira nobre

Nos protótipos, faltava capricho e precisão nos ajustes do acabamento, indicando desafios na execução do projeto.

Performance prometida nos motores

Versões de motorização planejadas

Pelos planos originais, o sedã teria três versões distintas:

  • 420: motor 2.0 aspirado de 145 cavalos
  • 420T: motor 2.0 turbo de 183 cavalos
  • 422T: motor 2.2 turbo importado do Lotus Esprit com 268 cavalos

Todos os motores seriam instalados longitudinalmente sob uma grande capa plástica.

A ambição de criar um rival brasileiro para os BMW M5 jamais se concretizou na prática.

Recepção da imprensa especializada

A imprensa automotiva tratava o “Lotus brasileiro” com entusiasmo e ufanismo.

Nunca houve carros disponíveis para testes com jornalistas nem visitas organizadas à fábrica.

Essa falta de acesso direto levantava dúvidas sobre a capacidade da empresa em entregar o prometido.

Tentativas de expansão internacional

Divulgação na Europa

Um exemplar foi levado a Mônaco para divulgação, com foco no mercado italiano.

O carro apresentava deficiências significativas, como falta de:

  • ABS
  • Airbags

Essa carência limitava seriamente o apelo internacional do modelo.

O retorno frustrante ao Salão

No Salão do Automóvel de 1998, o Emme voltou a ser exposto ao público.

A expectativa era produzir 50 unidades por dia, meta que jamais se concretizou.

Estimativas indicam que foram feitos cerca de 20 sedãs, principalmente da versão 422T.

O colapso final do projeto

Impacto da crise cambial

A falência da Megastar foi decretada em 2000.

A crise cambial de 1999 elevou o valor do dólar e encareceu a importação de peças.

Carros parcialmente montados e carrocerias pintadas foram abandonados na fábrica.

O legado como folclore automotivo

A produção limitada transformou o Emme em um “folclore automotivo”.

Os poucos exemplares existentes são raridades cobiçadas.

O carro simboliza uma época de ambição de competir com marcas internacionais.

Fonte

Portuguese
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