Aliança como estratégia de sobrevivência
Montenegro, executivo da Renault-Geely, destacou que a parceria entre as montadoras faz sentido devido ao conhecimento do mercado local, capacidade de produção e estrutura de pós-venda.
Ele afirmou que a tecnologia da Geely será usada para fortalecer o portfólio da Renault no Brasil. Além disso, a aliança já resultou na redução de custos operacionais, aumentando a eficiência.
Essa colaboração permitirá lançamentos nacionais e regionais com componentes compartilhados, otimizando recursos. A base produtiva está localizada em São José dos Pinhais, no Paraná, onde a Geely agora tem acesso à estrutura do Complexo Ayrton Senna.
Esses fatores mostram como sinergias podem melhorar a competitividade no setor automotivo.
Mercado brasileiro atrai e desafia
O executivo argentino enfatizou que o mercado brasileiro continua atraente para novas marcas, apesar dos obstáculos. No entanto, ele considerou improvável que todas as montadoras consigam se manter no país a longo prazo.
Montenegro disse que talvez nem todas as marcas fiquem no mercado, citando a necessidade de otimização por meio de parcerias, como a entre Geely e Renault.
Por outro lado, se houver estrutura e conhecimento local, o potencial do mercado brasileiro é enorme, mas é exigente e caro para quem está de fora. Essa dualidade entre atratividade e dificuldade define o cenário atual para as montadoras.
Consumidor aberto a novidades
O consumidor brasileiro demonstra abertura para testar novas tecnologias e produtos, segundo as observações do executivo. Ele assume o risco de experimentar marcas ainda desconhecidas, movido pela vontade de novidades.
Essa característica é vista como uma oportunidade para empresas que oferecem inovações, como a Geely com seu modelo EX2, atualmente o elétrico mais vendido no mercado chinês.
Montenegro ressaltou que o EX2 mostra o que querem fazer no Brasil: oferecer tecnologia de ponta a um preço competitivo, atendendo à demanda por novas opções. Assim, o perfil do comprador local favorece a entrada de produtos diferenciados.
Desafios do sistema de importação
O sistema de importação no Brasil impõe altas tarifas para países fora do Mercosul ou do México, limitando a competitividade de algumas operações. Essas barreiras tornam o mercado mais difícil para montadoras que dependem de componentes ou veículos importados.
Em contraste, alianças como a da Renault com a Geely buscam contornar esses obstáculos com produção local e compartilhamento de recursos.
A fonte não detalhou propostas específicas para mudar esse cenário, mas a eficiência operacional é apontada como chave para superar tais limitações. Portanto, adaptar-se às regras vigentes é crucial para o sucesso no setor.
Exemplo de eficiência na prática
A aliança entre Geely e Renault é citada como um exemplo de sobrevivência por eficiência no mercado brasileiro. Montenegro afirmou que nem todas as montadoras conseguem sustentar uma operação isolada, destacando a importância de sinergias para reduzir custos e ampliar ofertas.
Por otimização, podem rolar colaborações similares, fortalecendo a presença no país. O modelo EX2, por exemplo, ilustra essa abordagem, combinando tecnologia avançada com preços acessíveis.
Essa estratégia responde à pergunta inicial: há espaço, mas apenas para quem se adapta com inteligência e parcerias.
