Explosão cósmica sobre a Espanha
Na noite do último domingo (2), um fragmento de cometa mergulhou na atmosfera terrestre sobre a Península Ibérica. O corpo celeste atingiu velocidade de 81 mil km/h antes de explodir a 97 quilômetros acima do solo.
O evento criou fogos de artifício cósmicos visíveis em diferentes locais da região, registrados às 20h41, horário local. A iluminação intensa e a explosão marcaram o fim da trajetória do objeto espacial.
A rocha se tornou incandescente quase que de maneira instantânea, chegando a uma temperatura de milhares de graus Celsius. Este espetáculo natural foi capturado por equipamentos especializados, documentando um dos fenômenos astronômicos mais impressionantes do ano.
Registro por defesa planetária
Estação de detecção
As imagens foram captadas por uma estação de detecção de meteoros localizada em Casas de Millán, na Espanha. A estação é operada pelo Escritório de Defesa Planetária da Agência Espacial Europeia (ESA).
Essa unidade é responsável por monitorar objetos que se aproximam da Terra. O registro preciso permite aos cientistas estudar as características e o comportamento desses visitantes celestes.
Processo documentado
O equipamento documentou todo o processo de entrada na atmosfera, desde o momento em que a rocha começou a brilhar até sua desintegração final. Esses dados são valiosos para compreender melhor a composição e a dinâmica dos fragmentos de cometas que cruzam nosso planeta.
Época das bolas de fogo
Chuva de meteoros Táuridas do Sul
Esta época do ano é marcada por um pico de chuva de meteoros Táuridas do Sul, conhecidos como bolas de fogo do Halloween. O fenômeno ocorre tradicionalmente em novembro, quando a Terra atravessa os detritos deixados pelo cometa Encke.
Esses fragmentos, ao entrarem na atmosfera, criam espetáculos luminosos característicos. Os meteoros Táuridas são particularmente famosos por produzirem eventos brilhantes e duradouros.
Relação com o evento
A coincidência temporal sugere que a explosão registrada possa estar relacionada a essa chuva anual, embora investigações adicionais sejam necessárias para confirmação.
Dois visitantes celestes
Eventos simultâneos
Cerca de uma hora antes da grande bola de fogo observada, outro meteoro visitou a região. Os pesquisadores acreditam que as rochas cósmicas não tenham relação entre si, pois as trajetórias foram bem distintas uma da outra.
Essa simultaneidade de eventos torna a noite especialmente rica em fenômenos astronômicos.
Origens diferentes
A Rede de Meteoros do Sudoeste Europeu (SWEMN -IAA-CSIC) acredita que o primeiro meteoro seja um fragmento de outro cometa. O objeto cruzou a órbita da Terra, mas acredita-se que sua rota não coincide com a órbita dos Táuridas, indicando origens diferentes para os dois eventos.
Ciência em desenvolvimento
Importância dos registros
Os registros como o realizado em Casas de Millán são fundamentais para avançar no conhecimento sobre objetos próximos à Terra. Cada evento fornece dados preciosos sobre velocidades, composições e comportamentos desses corpos celestes.
Essas informações contribuem para melhorar os sistemas de detecção e monitoramento.
Evolução da ciência planetária
Além disso, estudos contínuos ajudam a entender melhor a dinâmica do sistema solar e as interações entre cometas, asteroides e nosso planeta. A ciência planetária continua evoluindo com cada novo fenômeno observado e documentado.
