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Ruivos têm dificuldade em cicatrizar feridas, diz estudo

Problema de cicatrização em ruivos

Cientistas identificaram que indivíduos ruivos apresentam maior dificuldade na cicatrização de feridas. A descoberta está relacionada a variações no gene MC1R, que regula processos inflamatórios essenciais para a recuperação tecidual.

Pesquisas mostram que a falta de atividade plena dessa proteína prejudica profundamente o fechamento de lesões. Estudos com animais confirmaram atrasos significativos na reepitelização.

Esses achados podem explicar por que feridas crônicas são mais comuns em certos grupos. Condições como úlceras diabéticas, escaras e outras feridas de difícil cicatrização afetam milhões de pessoas globalmente.

Variação genética e cor do cabelo

A atividade do MC1R varia conforme a cor do cabelo. Em ruivos, geralmente é inativa ou parcialmente inativa. Indivíduos de cabelos castanhos ou pretos tendem a apresentar variantes funcionais do gene.

Loiros ficam num meio-termo, com algum nível de atividade preservada. Parte expressiva das pessoas com feridas crônicas possui alguma atividade preservada do MC1R, indicando que outros fatores também influenciam.

O que a ciência já descobriu

Pesquisadores analisaram vias pró-resolutivas usando dados de sequenciamento de RNA de célula única de feridas humanas. Eles observaram que a desregulação do eixo POMC-MC1R apareceu como uma característica comum em feridas crônicas.

Esse eixo é crucial para controlar a inflamação, parte essencial do reparo tecidual. Quando desregulado, a inflamação persiste além do necessário, dificultando a cicatrização.

Estudos com animais

Estudos com ratos ruivos reforçaram essas descobertas. Eles apresentaram:

  • Reepitelização tardia
  • Maior formação de NETs (estruturas semelhantes a teias)
  • Persistência excessiva de NETs associada à inflamação prolongada

Em comparação, 95% das feridas dos animais de pelagem vermelha mantiveram crostas após sete dias, enquanto 68,8% das feridas dos animais de pelagem escura mostraram o mesmo.

Impacto direto na cicatrização

A falta de MC1R funcional prejudicou profundamente a cicatrização em modelos experimentais. Houve atraso significativo no fechamento da ferida detectável em:

  • 1 dia após a lesão
  • 7 dias após a lesão
  • 10 dias após a lesão
  • 14 dias após a lesão

Isso confirma que a variante genética impacta diretamente a velocidade de recuperação.

Próximos passos da pesquisa

Ensaios clínicos em humanos estão próximos de começar. Eles focarão em terapias que modulam a atividade do MC1R. Esses estudos buscarão confirmar se intervenções nessa via podem melhorar a cicatrização em pessoas com feridas crônicas.

A expectativa é que tratamentos direcionados reduzam a inflamação prolongada e acelerem o reparo tecidual. No entanto, a fonte não detalhou prazos específicos ou locais onde os testes ocorrerão.

Perspectivas futuras

As descobertas recentes abrem caminho para abordagens personalizadas baseadas em características genéticas. Identificar pacientes com variantes inativas do MC1R pode ajudar a prever riscos e adaptar cuidados.

Entender melhor as vias pró-resolutivas pode beneficiar não apenas ruivos, mas qualquer pessoa com feridas de difícil cicatrização. A ciência continua a investigar como equilibrar a inflamação necessária com a resolução eficiente.

Apesar do progresso, ainda há limites no que se sabe sobre a interação entre genética e cicatrização. Pesquisas futuras precisarão explorar como outros genes e fatores ambientais influenciam o processo.

Fonte

Helvio Diniz
Helvio Dinizhttps://orbitonhub.com
Conheça Helvio Diniz, especialista em tecnologia e educação digital. Artigos sobre ferramentas tech, IA e inovação educacional no Orbiton.
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