Descoberta histórica no permafrost
Pesquisadores extraíram o RNA mais antigo do mundo de um mamute-lanoso congelado. O material genético veio de tecidos preservados no permafrost siberiano.
O estudo foi publicado na revista científica Cell. A pesquisa foi liderada por Emilio Mármol-Sánchez, principal autor do trabalho.
Anteriormente, o RNA mais antigo vinha de um filhote de lobo congelado há 14.300 anos. O novo registro supera essa marca consideravelmente.
Como a amostra foi obtida
Coleta de materiais
Mármol-Sánchez recebeu uma caixa com fragmentos de músculo e pele de 10 mamutes-lanosos. Os materiais foram coletados em diferentes localidades siberianas.
Entre eles, destacava-se uma amostra de pele descoberta em 2018. A pele foi encontrada em Belaya Gora, próximo ao rio Indigirka na Sibéria.
Estado de conservação
Da pele e da orelha retiradas do crânio de um mamute-lanoso, os pesquisadores extraíram o RNA antigo. O espécime, conhecido como Yuka, estava em excepcional estado de conservação.
Sua carcaça congelada foi exibida em uma exposição em Yokohama, Japão, em 12 de julho de 2013.
O que o RNA revelou
MicroRNAs antigos
Os pesquisadores detectaram microRNAs antigos relacionados aos músculos. Essas moléculas são fundamentais para a regulação da expressão gênica.
Foram identificados dois microRNAs previamente desconhecidos que eram e são exclusivos de mamutes e elefantes. Essa descoberta ajuda a entender a evolução desses animais.
Determinação do sexo
As sequências de RNA mostraram que Yuka carregava genes do cromossomo Y. Essa informação permitiu confirmar que Yuka era macho.
A determinação do sexo através de material genético antigo é particularmente valiosa para estudos paleontológicos.
Implicações para a ciência
Novas fronteiras da pesquisa
A extração de RNA tão antigo abre novas possibilidades para a pesquisa genética. Materiais antes considerados muito degradados agora se mostram viáveis para análise.
Isso expande significativamente o potencial de estudos futuros com espécimes antigos.
Compreensão da biologia dos mamutes
A descoberta de microRNAs exclusivos contribui para entender a biologia única dos mamutes. Essas moléculas podem revelar como esses animais se adaptavam ao ambiente gelado.
Também ajudam a traçar linhas evolutivas mais precisas entre espécies extintas e modernas.
Contexto histórico da pesquisa
A Scientific American tem servido como defensora da ciência e da indústria por 180 anos. A revista tem histórico de publicar descobertas científicas significativas.
O estudo atual se insere nessa tradição de avanço do conhecimento. A pesquisa com material genético antigo tem crescido nas últimas décadas.
A preservação no permafrost continua sendo crucial para tais achados. Condições de congelamento profundo mantêm materiais orgânicos surpreendentemente intactos.





