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DNA revela grupo misterioso que viveu na Argentina por mil anos

Descoberta que muda o mapa genético

Um estudo publicado na revista Nature na última quarta-feira (5) preenche uma lacuna significativa no mapa genético das antigas migrações humanas. A pesquisa revelou uma população misteriosa que viveu por milênios nas colinas e planícies do centro da Argentina.

A região estava ausente dos estudos genéticos da América do Sul, o que tornava incompleto o entendimento sobre o povoamento do continente.

Colaboração multidisciplinar

A pesquisa envolveu geneticistas, arqueólogos e curadores de museus argentinos. A equipe analisou restos humanos preservados em coleções arqueológicas.

Foram extraídos e sequenciados DNA de 238 indivíduos que viveram na região nos últimos 10 mil anos. Essa abordagem permitiu reconstruir pela primeira vez a história genética dessa área sub-representada.

Uma linhagem completamente nova

Os cientistas identificaram uma linhagem genética completamente nova através das análises. Essa linhagem permaneceu estável por milênios, indicando isolamento prolongado da população.

Os primeiros seres humanos chegaram ao centro argentino há mais de 12 mil anos, mas a genética antiga da região permaneceu desconhecida até agora.

Quarta linhagem sul-americana

As análises genéticas anteriores da América do Sul identificaram três grandes linhagens:

  • Andes Centrais
  • Amazônia
  • Patagônia

O novo estudo revelou um quarto grupo, uma população até então desconhecida que completa o panorama migratório.

Isolamento de milênios

A população permaneceu isolada na região por cerca de 8.500 anos, um período extraordinariamente longo. Os genomas antigos foram combinados com evidências arqueológicas para reconstruir essa trajetória histórica.

Essa população resistiu a:

  • Grandes transformações culturais
  • Inovações tecnológicas
  • Períodos de estresse ambiental

Manteve sua identidade genética ao se misturar com pessoas de fora apenas nas bordas de seu território.

Intriga geográfica

Não havia barreiras geográficas significativas – o centro da Argentina é uma imensa planície. Isso torna ainda mais intrigante o isolamento prolongado.

Muitos argentinos modernos compartilham parte dessa ancestralidade, mostrando continuidade genética na região.

Resistência às adversidades

Um episódio de seca extrema ocorreu entre 6.000 e 4.000 anos atrás, representando um dos desafios enfrentados. A combinação de dados genéticos e arqueológicos mostra como esse grupo superou períodos difíceis.

A estabilidade genética ao longo de milênios indica adaptação bem-sucedida às condições locais.

Impacto na compreensão histórica

Essa descoberta redefine o entendimento sobre o povoamento da América do Sul. Mostra que havia mais diversidade genética do que se imaginava.

O trabalho continua a ser desenvolvido, com pesquisadores analisando novos aspectos dessa população misteriosa. As próximas etapas poderão revelar mais detalhes sobre o modo de vida desses antigos habitantes.

Fonte

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