Desafio técnico na nova aposta
A Valve anunciou uma nova Steam Machine, um PC gamer voltado para a sala de estar. O sistema promete simplicidade ao ligar e começar a jogar direto no ecossistema SteamOS, baseado em Linux.
Com esse lançamento, a empresa quer redefinir os jogos para PC e reabrir o debate para mobilizar as desenvolvedoras. No entanto, persiste um problema antigo que limita parte do catálogo de jogos competitivos no sistema operacional.
Barreira dos anti-cheats de kernel
Um dos grandes desafios do SteamOS continua sendo a compatibilidade com jogos multijogador. Esses títulos utilizam sistemas anti-cheat muito intrusivos que operam no nível do kernel do sistema operacional.
Esses programas de proteção bloqueiam o acesso a jogos que dependem deles, criando uma barreira técnica significativa. A Valve espera que o lançamento da nova máquina mude a equação em torno do suporte anticheat e aumente sua compatibilidade.
Conflito histórico com Linux
Anticheats como o Riot Vanguard ou o software da EA para Battlefield têm historicamente entrado em conflito com o Linux. Esses sistemas impediram que títulos populares sejam executados no Proton, ferramenta de compatibilidade da Valve.
O conflito técnico vem de longa data e representa um obstáculo persistente para a expansão do ecossistema baseado em código aberto.
Limitações técnicas do Proton
Os anticheats de nível do kernel operam nas profundezas do sistema operacional. Eles não podem ser emulados em ambientes Linux com Proton.
Essa limitação técnica explica por que jogos competitivos dependentes dessas proteções não funcionam adequadamente. A situação é particularmente relevante porque Linux representa cerca de 3% dos jogadores, um nicho que a Valve busca expandir com sua nova iniciativa.
Resposta da Valve aos questionamentos
De acordo com o Eurogamer, ao perguntar à Valve sobre como jogos como Valorant ou Battlefield 6 vão rodar no Steam Machine, a empresa respondeu que tudo depende das desenvolvedoras.
Não há garantia imediata de compatibilidade para Battlefield 6 com o SteamOS da nova máquina. A decisão final cabe a cada estúdio no momento de habilitar ou adaptar seus anti-cheats proprietários.
Estratégia de colaboração
A Valve confia que, com o novo PC gamer da empresa, os desenvolvedores modifiquem seus programas anti-cheat para torná-los compatíveis com o Linux. Essa abordagem reflete uma estratégia de colaboração em vez de imposição técnica.
A empresa busca reabrir a conversa com os estúdios multiplataforma para equilibrar a luta contra os trapaceiros com a compatibilidade com Linux.
Estratégia diferenciada da Valve
Em contraste com soluções mais intrusivas, a Valve seguiu um caminho menos agressivo com o VAC Line no Counter-Strike 2. Essa diferença de abordagem mostra que existem alternativas técnicas para combater fraudes sem comprometer a compatibilidade entre sistemas.
A empresa demonstra que é possível desenvolver proteções eficazes respeitando a diversidade de plataformas.
Complexidade do ecossistema multijogador
A persistência do problema com anti-cheats de kernel revela a complexidade do ecossistema de jogos multijogador. Enquanto algumas empresas optam por soluções profundamente integradas ao sistema, outras buscam equilíbrio entre segurança e acessibilidade.
O sucesso da nova Steam Machine pode depender dessa negociação técnica com as principais desenvolvedoras do mercado.





